Infância requer segurança. Física e afectiva.
É apresentação ao mundo e sua
interpretação. Daí a sua importância.
É a percepção inicial do nosso
lugar no mundo.
A infância é o início da aventura
(de um sonho… de uma vida… - como quisermos designar). Rica em descobertas.
Rica em modelagens - daqui a nossa importância.
Que o infante beneficia com o
amor que recebe? Sim. Porque esse amor é energia positiva, transmite segurança
e dá fôlego para a vida.
Beneficia também com a confiança
de que não tem de acertar à primeira. Pode escorregar, tropeçar, e enganar-se
às vezes.
Beneficia com o nosso esforço em
nos aproximarmos do seu ponto de vista para então, lhe tentarmos explicar
aquele que é o nosso ponto de vista.
Beneficia com a possibilidade de
acreditar em si. De acreditar nos outros. De experimentar, experimentar e
experimentar… De satisfazer e alimentar a própria curiosidade.
Beneficia em ter “voz” na edificação da sua identidade.
A infância será enriquecida com informação (perceptível para o próprio) que
ajude a perceber o mundo à sua volta.
O Infante será mais rico se tiver
direito a muito amor, e a muito respeito por si próprio. A espaço físico e a
espaço mental só para si. A aconchego físico e aconchego mental também para si.
Não penso que a infância seja
mais fácil que qualquer outra fase da vida; mas sim, menos conhecedora da perspectiva
de futuro; mais imediata, autêntica, vivendo o presente.
O Infante é magnífico, pleno de
encanto.
Sabendo que dizer será
mais fácil que fazer, é também verdade que o conhecimento é meio caminho para
melhor fazer, pelo que fica a dica para os cuidados ao infante: “fundamentalmente, para que a patologia não progrida,
deve ter aprendido: pelo exemplo, a perdoar; pela ternura, a amar; pela liberdade,
a ser espontâneo; pela clareza de propósitos, a exigir a verdade; pelo
entusiasmo, a desejar saber; pela alegria, a gostar de viver; pelo
deslumbramento que desencadeou, a apreciar a beleza.” (António Coimbra de Matos*)
* (2002) «A Especificidade da Psicopatologia da Criança e do Adolescente» in Mais Amor – Menos Doença. 2003, Lisboa, Climepsi Editores.
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