21/02/13

Infância


Infância requer segurança. Física e afectiva.

É apresentação ao mundo e sua interpretação. Daí a sua importância.

É a percepção inicial do nosso lugar no mundo.

A infância é o início da aventura (de um sonho… de uma vida… - como quisermos designar). Rica em descobertas. Rica em modelagens - daqui a nossa importância.

Que o infante beneficia com o amor que recebe? Sim. Porque esse amor é energia positiva, transmite segurança e dá fôlego para a vida.

Beneficia também com a confiança de que não tem de acertar à primeira. Pode escorregar, tropeçar, e enganar-se às vezes.

Beneficia com o nosso esforço em nos aproximarmos do seu ponto de vista para então, lhe tentarmos explicar aquele que é o nosso ponto de vista.

Beneficia com a possibilidade de acreditar em si. De acreditar nos outros. De experimentar, experimentar e experimentar… De satisfazer e alimentar a própria curiosidade.

Beneficia em ter “voz” na edificação da sua identidade.

A infância será enriquecida com  informação (perceptível para o próprio) que ajude a perceber o mundo à sua volta.

O Infante será mais rico se tiver direito a muito amor, e a muito respeito por si próprio. A espaço físico e a espaço mental só para si. A aconchego físico e aconchego mental também para si.

Não penso que a infância seja mais fácil que qualquer outra fase da vida; mas sim, menos conhecedora da perspectiva de futuro; mais imediata, autêntica, vivendo o presente.

O Infante é magnífico, pleno de encanto.

Sabendo que dizer será mais fácil que fazer, é também verdade que o conhecimento é meio caminho para melhor fazer, pelo que fica a dica para os cuidados ao infante:  “fundamentalmente, para que a patologia não progrida, deve ter aprendido: pelo exemplo, a perdoar; pela ternura, a amar; pela liberdade, a ser espontâneo; pela clareza de propósitos, a exigir a verdade; pelo entusiasmo, a desejar saber; pela alegria, a gostar de viver; pelo deslumbramento que desencadeou, a apreciar a beleza.” (António Coimbra de Matos*)

* (2002) «A Especificidade da Psicopatologia da Criança e do Adolescente»  in Mais Amor – Menos Doença. 2003, Lisboa, Climepsi Editores.

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